Sempre me fiz de forte, mas sou mais insegura que qualquer criança em primeiro dia de aula.
Tenho pavor do abandono, mas acredito que a razão seja ter me largado no meio da estrada pedindo carona.
E o que trouxe durante esses anos ocupando meu lugar vazio foi uma alma emocionalmente carregada.
Em
mim, o peso da palavra não dita, que insisto em pronunciá-la repetidas
noites perturbando meu sono, como se o discurso fervoroso pudesse
recuperar-me no caminho.
Nesse tempo todo nunca consegui realmente
partir para qualquer lugar definitivamente, o peso da mágoa e da culpa
era parte da minha bagagem e gritam por perdão como quem clama por
socorro.
Em uma dessa noites, tomei consciência que partida permanecia lado a lado com meu abandono - um insight, recuperei-me.
Sofri
por saber que nunca tinha caminhado um passo se quer, que rodei durante
todos esses anos em torno de mim como um cachorro atrás do rabo.
Quando
me resgatei questionei quem eu sou, e a resposta foi... ainda sou uma
opinião não formada, contraditória, alterada, cheia de incógnita, um
tema não difundido, pouco conhecido, sem conceito.
Não quero me rotular, quero ser vasta e conter uma multidão de santos ou de demônios, deixo-me livre para ser.
Perdoar-me libertou meu ser do senso das emoções ridículas.
Agora
não ouse me quebrar ao meio para compreender meus pensamentos
gritantes, nem tente entender porque cometi esse abandono e perdão.
Apenas me aceite, pois inexisto a qualquer explicação.
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