domingo, 10 de maio de 2009

A minha Mãe...

Todo o dia é dia das mães, porém hoje é um momento de agradecer, de demonstrar a importância dela em nossa vida, de fazer uma prece e apresentá-las a Deus, de dizer tudo o que temos vontade durante o resto do ano e que deixamos para depois.

Então vamos lá..
 
"Minha mãe... 
 
Desejar-te parabéns hoje é pouco, diante da mais importante missão que recebeste, me apresentou o mundo, a vida e vocacionada por Deus me instruiu até aqui no amor, na fé e na esperança, ofereceu os ditames que moldam minha consciência e personalidade.
 
Dizer obrigada ainda é insuficiente ao muito que faz por mim, mas é o que faço todas as noites quando dobro os joelhos e elevo minha prece ao Pai, agradeço pelo anjo sem asas que colocou para me guardar e que mesmo travesso e atrapalhado tudo o que quer é acertar, e nessa busca inconstante aprimora minhas qualidades morais, cultiva as intelectuais e me mostra que devo adornar menos o rosto do que a mente, o coração e alma.
 
Agradeço por ser mão firme para me levantar e sustentar nas tantas vezes que errei, seja por desconhecer os caminhos ou por pura teimosia, porém sua presença foi importante, permanecer ao meu lado, mostrou que o erro ensina aos que tem boa vontade e fez do meu momento de angústia uma proveitosa lição.
 
Suas broncas e as tantas vezes que discutimos por opiniões que divergem, me ensinaram a perdoar e refletir, dosando meu pensamento com a emoção e a emoção com o juízo.
 
Valeu por acreditar nos meus sonhos e lutar comigo nas conquistas, mesmo quando tudo parecia dar errado, e eu já descria da minha capacidade e pensava que tudo era uma grande ilusão... por rir e chorar comigo, as minhas descobertas, por ser o porto seguro, o ombro amigo, a palavra dura de correção que liberta norteando o caminho que devo seguir.
 
Devo ainda me arquear em agradecimento por compreender minha incompreensão, e por nunca desistir de mim, por seu perdão e seu abraço que diz além das palavras.
 
Quero dizer que adoro quando me pego fazendo as coisas da mesma forma que você, o jeito de olhar desconfiado ou como respiro para pausar em meio ao pensamento reflexivo, o modo de mover as mãos e fazer colocações, o franzir da testa quando discordamos ou aquele riso frouxo, escancarado quando das maiores bobeiras...
 
Não posso deixar de fora nossos códigos... que muitas vezes são ditos e ninguém compreende nada, mas que para nós disse tudo 'não é sua engraçadinha'... 'não me venga com fechoada', 'isso no me gusta'... 'adoro vodca'... 'vá dumi magalida, já é mena noite'. 
 
É bom demais nossos cafés filosóficos... aliás basta ter uma oportunidade de sentarmos a mesa para refeição e isso vira um circulo de ideias e debates.
 
Devo falar também que não gosto de uma porrada de coisas, mas isso falo pessoalmente, porque o que vale e que hoje é dia de ressaltar aquilo que tem de melhor no mundo e que mesmo errando ... acerta, pois se não serve para corrigir, me impulsiona a seguir em frente.

E vamos cair na mesmice... pois preciso falar também que te amo muito... és importante demais para minha vida e que Deus renove suas forças ... pois se tivesse a opção de escolha nessa ou em outra vida, você seria a mãe eleita sempre... "

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Recomendação...

 Se eu partir antes que você, faça tudo como combinamos, continue sua vida, se entregue a um novo amor e seja feliz tal e qual nos fomos.


Redecore a casa, mas mantenha aquela rede no canto da sala onde deitados fazemos tantos planos.


Desses realize aqueles que tenham ar de fuga, como aquela viagem de 1 mês para um vilarejo desconhecido no fim do mapa.


E por falar em mês, nesse espaço de tempo, vá ao meu encontro pelo menos uma vez, em prece e me leve flores como aquela margarida arrancada as pressas do jardim alheio.


Antes de rezar recite meu poema predileto, cante nossa canção, e por favo, não chore... nem muito nem pouco, apenas o suficiente para te aliviar eu eu saber que sente saudade.


Fale que me amou e que me amaria, mesmo com toda molecagem, que minha dança pela casa faz falta e que você realmente nunca se irritou de fato quando plantava bananeira na sala.


Doe minhas roupas para uma entidade séria, mas guarde a camisola do nosso casamento e o resto do perfume que ficou no frasco para quando sentir falta do meu cheiro.


Rasgue todas as cartas que te escrevi, e se desfaça dos nossos retratos, guarde apenas uma foto, pode ser qualquer uma, os momentos e as imagens ficaram impregnados na nossa história... meus livros vc pode doar também.


Ah! e quando for se referir a mim, sempre diga do quão felizes nós fomos, do quanto nos amamos e que valeu apena.


E acima de tudo, nunca esqueça que eu te amei enlouquecidamente e que faria tudo de novo se possível fosse.


Quem sou eu???

 Sempre me fiz de forte, mas sou mais insegura que qualquer criança em primeiro dia de aula.


Tenho pavor do abandono, mas acredito que a razão seja ter me largado no meio da estrada pedindo carona.


E o que trouxe durante esses anos ocupando meu lugar vazio foi uma alma emocionalmente carregada.


Em mim, o peso da palavra não dita, que insisto em pronunciá-la repetidas noites perturbando meu sono, como se o discurso fervoroso pudesse recuperar-me no caminho.


Nesse tempo todo nunca consegui realmente partir para qualquer lugar definitivamente, o peso da mágoa e da culpa era parte da minha bagagem e gritam por perdão como quem clama por socorro.


Em uma dessa noites, tomei consciência que partida permanecia lado a lado com meu abandono - um insight, recuperei-me.


Sofri por saber que nunca tinha caminhado um passo se quer, que rodei durante todos esses anos em torno de mim como um cachorro atrás do rabo.


Quando me resgatei questionei quem eu sou, e a resposta foi... ainda sou uma opinião não formada, contraditória, alterada, cheia de incógnita, um tema não difundido, pouco conhecido, sem conceito.


Não quero me rotular, quero ser vasta e conter uma multidão de santos ou de demônios, deixo-me livre para ser.


Perdoar-me libertou meu ser do senso das emoções ridículas.


Agora não ouse me quebrar ao meio para compreender meus pensamentos gritantes, nem tente entender porque cometi esse abandono e perdão.


Apenas me aceite, pois inexisto a qualquer explicação.


Encerrando o capítulo.

Escrevendo a última página em branco do capítulo 44 da minha vida.  Revejo os muitos rabiscos rascunhados, sem ter tempo para passar a limpo...